O sexto volume d’O que restou do Imbecil reúne os textos que Olavo de Carvalho publicou na imprensa em 2003, primeiro ano do governo Lula no poder, em que tiveram início as articulações que, pouco tempo depois, estourariam nos escândalos de corrupção e, na década seguinte, na operação investigativa que levaria um ex-presidente para a prisão. Em seus artigos, o filósofo mostrava as relações entre o comunismo ascendente e o narcotráfico, e a intenção do governo de legalizar as drogas — para a felicidade geral da nação. Lembrava sempre que, “para saber o que é o comunismo, é preciso olhá-lo sobretudo como conjunto de ações concretas, que vão desde a formação dos primeiros grupos militantes até à tomada do poder e à instauração da nova sociedade”. Foi também o ano em que estourou a Guerra do Iraque, e vemos aqui esboçada a atuação das fundações multibilionárias e da revolução islâmica, a atacar os EUA e Israel. Vinte anos depois, vale a pena ver registrada a nossa própria história, a fim de que, compreendendo como as coisas se passaram, compreendamos o estado de coisas atual e o que ainda nos reserva o porvir, lembrando a divisa do autor segundo a qual “muitas coisas que eu escrevi vão ser úteis depois da minha morte”.