A anatomia do fascismo , de Robert O. Paxton, retorna às livrarias em meio à ascensão de grupos de extrema direita em todo mundo.
Robert O. Paxton, historiador estadunidense, é uma das maiores referências teóricas sobre o fascismo. Sua proposta, responder à pergunta “o que é o fascismo?”, não é tarefa fácil. Pesquisadores de todo o mundo divergem em suas explicações ao problema. Unânime parece ser apenas o asco geral pelo rótulo. Chamar alguém de “fascista” é, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, grave ofensa, e opositores políticos, de espectros da esquerda e da direita, trocam acusações nesse sentido.
Para orientar a questão, Paxton mobiliza seu rico arcabouço teórico, fruto de anos de pesquisas e debates realizados em universidades de prestígio, como Harvard e Columbia. A partir de seu estudo comparativo, centrado na ação e auxiliado pelo discurso dos fascistas clássicos – o italiano e o alemão, nazista –, o autor inovou ao interpretá-los como fenômenos históricos não estáticos, fazendo jus à sua plasticidade camaleônica.
Por entender o fascismo como um fenômeno “em movimento”, Paxton propõe cinco etapas de desenvolvimento para identificar sua manifestação, o que permite analisar emergências políticas similares do século XX. Assim, o autor investiga desde grupos extremistas, como a Ku Klux Klan, nos Estados Unidos, até mais moderados, como o varguismo, no Brasil, fazendo-se sempre a pergunta: em que medida seriam esses movimentos fascistas?
A anatomia do fascismo é um ensaio que caracteriza o “elefante branco” do século XX e oferece recursos para pensar os desafios à democracia do século XXI. Longe de especulações e definições genéricas, a obra de Robert O. Paxton é leitura fundamental para a compreensão do retorno da relevância política da extrema direita, representada pela ascensão de grupos neofascistas pelo mundo, e, no Brasil, pelo bolsonarismo.
Esta nova edição, oportunamente publicada pela Editora Paz & Terra, conta com textos inéditos de Carla Rodrigues, filósofa e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense, e de Rubens R. R. Casara, juiz de Direito, autor dos livros Estado pós-democrático e Sociedade sem lei (Editora Civilização Brasileira) e membro da Associação Juízes pela Democracia.
“Este esplêndido livro […] talvez venha a se converter no mais importante dentre os clássicos sobre o assunto.” – The New York Times Book Review
“Um livro profundamente inteligente e acessível.” – The Economist
“Robert O. Paxton […] mostra que, longe de ser uma experiência historicamente datada, o fascismo está sempre presente no horizonte de possibilidades.” – Le Monde
“Desafio qualquer leitor ou leitora a percorrer essa lista [de paixões mobilizadoras do fascismo] sem se lembrar de algo dito ou feito em seu país na atualidade.” – Los Angeles Times
“Útil e oportuno.”– San Francisco Chronicle