Dividido em duas partes, o livro parte da ideia de que há algo errado na inércia das autoridades encarregadas de dar combate à criminalidade no Brasil. Na primeira, Diego Pessi denuncia a mentalidade que chama de “bandidolatria”, resultante da ideologia de uma oligarquia acadêmica, político-burocrática e jurídica, na contramão dos anseios de uma população atônita diante dos 60 mil assassinatos anuais no País. Com um texto brilhante e objetivo, ele expõe a ação do estamento político-burocrático brasileiro em suas entranhas, e demonstra a quem agrada essa espécie de culto ao mal, personificado no criminoso, bem como a distorção de valores que permite que toda a sociedade chegue a considerar a falácia de que o bandido é uma vítima da sociedade e não responsável por seus atos. Na segunda parte, Leonardo Giardin de Souza perscruta as origens do conceito de “garantismo penal”, espécie de distorção retórico-jurídica que permitiu e criou condições para que o quadro exposto na primeira parte aparecesse e se instalasse no sistema jurídico brasileiro. Também aqui, o autor demonstra que os conceitos, quando submetidos a um processo de ressignificação semântica, passam a funcionar como elemento de desestabilização social. As referências históricas e culturais de ambos os autores revelam sua erudição e denotam o sentido de Justiça como ela deve ser, filosófica e praticamente, como base para uma sociedade saudável, que prime pelos valores morais testados e aprovados pelo correr dos séculos. Um livro sobretudo urgente.
Editora : SV Editora; 3ª edição (15 janeiro 2018)
Idioma : Português
Capa comum : 240 páginas
ISBN-10 : 8566418123
ISBN-13 : 978-8566418125
Idade de leitura : 18 anos e acima
Dimensões : 22.8 x 15.8 x 1.6 cm