Você vai repensar tudo que sabe ou ouviu dizer sobre o cangaço depois que ler este livro. Exemplos? Os cangaceiros não contestavam o sistema, não praticavam a guerrilha, não representavam os oprimidos. Apaniguados com a polícia, de quem compravam boa parte de suas armas, representavam, na realidade, os interesses dos coronéis, pois funcionavam como instrumentos de domínio e intimidação da população pobre nordestina. Em vez de guerrilha, os cangaceiros praticavam banditismo de controle social, em uma região marcada pela questão fundiária e pela fome. Antonio Silvino, Corisco, Lampião: a análise vigorosa de Júlio José Chiavenato transforma esses heróis populares da lenda em pobres homens famintos, impiedosamente descartados com o advento do Estado Novo e a alteração do quadro político que se deu naquele momento. Porque, segundo Chiavenato, desde o descobrimento do Brasil, a solução oficial para a tensão social é a matança de pobres, começando com os massacres de índios, em seguida de escravos, passando por movimentos como a cabanagem e a balaiada, para culminar, nos dias que correm, com os assassinatos impunes nas favelas cariocas e em outros grandes centros brasileiros.
Editora : Noir; 2ª edição - Padrão (10 fevereiro 2021)
Idioma : Português
Capa comum : 120 páginas
ISBN-10 : 6589482004
ISBN-13 : 978-6589482000
Idade de leitura : 12 anos e acima
Dimensões : 20.57 x 13.72 x 1.02 cm