Talvez eu esteja me equivocando.
É tarde, estou cansado, escrevo do jeito que dá, vou terminar aqui, bater esse computador e ir para minha casa, te deixo a cargo da mãe, por hoje chega e acho que chega já faz muito tempo. É confuso te esperar de novo desse lado de fora, feito um guri com medo e com sono, sem acessos a ti, e essa insuficiência, isso de nunca te bastar, de nunca chegar perto das tuas expectativas, e o pior, agora tendo a consciência do que se passa, e tu cego, mudo, iletrado. Não sei, a memória é isso, tão pouca luz, tão pouco a nos mostrar, memória é imaginação, não há tanto assim o que procurar, mas insistimos em puxar do avesso as nossas sombras. Só que sim, penso que sim, imaginando ou seja lá como for, já é hora, pai. Vamos colocar sal nessas aftas.