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Em seu novo livro, Marcos Bagno estuda 50 fenômenos linguísticos definitivamente incorporados na língua de todos os brasileiros “cultos”, mas que ainda são alvo da campanha persecutória e dogmática dos puristas. Não é errado falar assim defende explicitamente o português brasileiro contemporâneo, com base nos resultados das pesquisas de centenas de linguistas nos últimos quarenta anos. Passou da hora de jornalistas, professores, gramáticos, dicionaristas, autores de livros didáticos, elaboradores e corretores de provas, revisores e outros profissionais da linguagem deixarem de considerar “erradas” opções linguísticas definitivamente incorporadas à gramática do português brasileiro, encontráveis inclusive na língua escrita mais monitorada . Essas formas vêm sendo consagradas pelas normas urbanas de prestígio, inclusive as literárias, há mais de cem anos. É hora de deixar de considerar erros de português formas lexicais ou gramaticais que ocorrem sistematicamente, o tempo todo. Como essas formas continuam a ser condenadas sem razão, Bagno demonstra a razão de ser de cinquenta delas e as exemplifica com um impressionante número de abonações encontradas na grande mídia, mesmo que os grandes jornais e revistas insistam em resistir a elas na trincheira devassada de seus manuais de redação. Bagno defende o que deveria ser o óbvio, se nossos manuais para estudos da língua já tivessem chegado, em termos de mentalidade, pelo menos ao Renascimento. E ataca o pequeno manual simplificado, num livro baseado em fatos indiscutíveis. Não se trata, porém, de impor as formas inovadoras. O que o autor defende é que as formas próprias do saber linguístico intuitivo que todo e qualquer falante tem do bom funcionamento de seu próprio idioma sejam também consideradas legítimas, e que sua análise e descrição sejam incorporadas serenamente nos materiais didáticos. Também não se trata de propor um vale-tudo linguístico, como os gramatiqueiros de plantão continuam a apregoar nos meios de comunicação. Se é verdade que o convívio social necessita de normas, também é verdade que essas normas (numa sociedade democrática) têm que ser renovadas e aperfeiçoadas periodicamente, para estarem a serviço dos cidadãos (e não contra eles).ilustrações: Miguel Bezerra
Capa comum: 312 páginas
Editora: Parábola; Edição: 1ª (6 de julho de 2009)
Idioma: Português
ISBN-10: 8579340039
ISBN-13: 978-8579340031
Dimensões do produto: 23,8 x 17 x 2 cm
Peso de envio: 640 g