O bolsonarismo começou a nascer em um certo momento de 2005, quando, a mídia brasileira descobriu o “jornalismo de esgoto”. Por trás do novo estilo, havia o fantasma da grande crise das empresas, decorrente da maxidesvalorização de 1999, e da mudança do modelo de negócios da mídia. Liderados pela revista Veja e pelo publisher Roberto Civita, a mídia decidiu assumir o protagonismo político, seguindo o exemplo de Rupert Murdoch, que foi buscar na ultradireita americana o discurso de ódio, e aprendeu a manobrar as notícias falsas. Elas eram difundidas por seu canal, a Fox News, e replicadas nas redes sociais.
Mas, enquanto, nos Estados Unidos, a agressividade corrosiva de Murdoch era combatida pelo jornalismo tradicional, no Brasil a mídia se transformou em uma grande Fox News, sem contraponto, sem auto-regulação. Dali em diante, praticou-se rotineiramente um jornalismo de guerra, o exercício diuturno do ódio, o recurso permanente aos fake news, uma guerra cultural inclemente.
O ódio expandiu-se, cresceu com a Lava Jato e explodiu na sua mais fiel tradução, o bolsonarismo. Neste livro, um pouco da história da imprensa e do apogeu e queda da imprensa brasileira. E uma análise de como a desorganização da informação, promovida pela mídia, desestruturou todos os poderes e levou o país ao maior retrocesso civilizatório da sua história.
Editora : Kotter Editorial; 1ª edição (30 setembro 2021)
Idioma : Português
Capa comum : 344 páginas
ISBN-10 : 6589624763
ISBN-13 : 978-6589624769
Idade de leitura : 12 anos e acima
Dimensões : 16 x 3 x 23 cm